O ex-ministro Roberto Rodrigues fala de sua relação com a citricultura e ressalta a importância do suco de laranja enquanto ocupou o Ministério da Agricultura, época em que as exportações da bebida alcançaram seus maiores patamares
Qual a relação do senhor com a citricultura?
Minha relação com a laranja vem desde pequeno. Na época em que eu nasci costumava-se a fazer o parto nas casas das pessoas. E eu nasci numa casinha que fica dentro do Centro de Citricultura de Cordeiropólis. Então, eu nasci no meio da laranja.
Então o setor traz boas recordações para o senhor?
Sim, e não apenas por essa questão sentimental. Mas principalmente pelas riquezas que gera para o Brasil. Em 2005 e 2006, o consumo mundial de suco de laranja chegava a 2,400 mil toneladas e eu me lembro bem disso porque era ministro da Agricultura na época. O Brasil respondia por 70% desse mercado, o que era espetacular e trazia muitas divisas para o país. Nos últimos anos, o Brasil manteve sua participação, mas o consumo mundial de suco despencou quase 20%. Hoje não se consome nem 2 bilhões de litros de suco de laranja no mundo.
Na avaliação do senhor quais as razões dessa queda?
Dois aspectos, o primeiro é a uma mudança nos hábitos alimentares. Com essa nossa vida corrida, as pessoas não tomam mais café da manhã em casa e isso impactou no consumo do suco de laranja. Outro ponto é o aumento da concorrência com outras bebidas como refrigerantes, águas, isônotionicos, energéticos etc.
O que fazer diante desse cenário?
Eu acredito que um dos pontos é investir no Brasil. Veja bem, enquanto o consumo no mundo caiu, no país aumentou 30%. Mas ainda assim é uma demanda baixa, que responde por 5% do total produzido. É muito pouco. Precisamos aumentar isso.
Fonte: www.citrusbr.com